Prólogo
_ Inês por favor abre a porta!
Cada pancada seca na porta faz o meu corpo saltar, como se fosse ele a ser atingido pela frustração que lhe passa pelos punhos. Mas porque é que ele não se vai embora, o que é que ele está aqui a fazer?
_ Inês?! Inês… por favor, eu sei que estas aí! Vamos falar, eu também não sei o que fazer, eu também não pedi por isto. Não me podes castigar por algo que não tive culpa!... Inês.
Castigá-lo?! As lágrimas atravessavam-me o rosto, mas o que ele espera que eu faça? Eu não o estou a castigar. Eu só quero que desapareça, ele, o problema, o mundo… Que quer ele de mim? Que o felicite, que o ajude, que o console? Castigar? Mas quem pensa ele que eu sou?
Não consigo deixar de evitar que os meus pés se movam até a porta… Mas aquele sussurro “Inês”…como me dói ouvir o meu nome na sua boca… entoado desta forma. E a determinação que ganhára para o mandar embora enfraquece, consigo apenas suster a minha testa e mãos na porta de forma a procurar ganhar forças.
_Vai-te embora Diogo!
_Inês, por favor. Vamos conversar… _suplica ele com a sua voz de mel, que sempre me deixa zonza. E por isso interrompo-o antes que não me consiga mais segurar.
_ Diogo, VAI-TE EMBORA. Não temos nada para falar. Eu não aguento mais ouvir esta história, deixa-me em paz. Eu…não consigo…
Silêncio é a minha resposta. Parece que o som do meu cansaço, surte o efeito esperado. Consigo ouvir o seu suspiro derrotado, os seus paços pesados a arrastar-se e a descer as escadas.
Isto é tudo um pesadelo. Isto é tudo um pesadelo, Isto é tudo um pesadelo. Repito para mim, qual mantra, que espero que o meu corpo assuma como verdade para poder despertar.
Mc.
(eu de vez em quando começo as escrever histórias mas nunca as levo até ao fim... esta é a parte inicial das peripécias de Inês, espero que gostem)
Sem comentários:
Enviar um comentário