Gosto do som da chuva, faz-me companhia. Nunca gostei de silêncio.
Quando era mais nova sempre que podia, andava a chuva, gostava de ficar com o cabelo empapado, sentir a roupa pegada ao corpo.
Parecia-me que a chuva, nos mostra como somos, uns fogem das dificuldades, outros usam atalhos para se proteger, certo que a realidade é por vezes cruel e podemos apanhar um resfreado. Mas acho que temos de honrar os nossos erros, rir deles na cara e não impedir que nada nos roube o nosso sorriso.
Não é fácil, tem dias em que a trovoada aperta e o melhor é ficar em casa de baixo das mantas a ver um belo filme de terror, quem de nós não usou já a televisão para fugir à realidade, eu vejo séries, leio livros, vejo filmes, invento de tudo para não pensar no quão vazia as vezes a minha vida parece. Mas isto são apenas os momentos vazios...
Então e aqueles em que sorrio sem pensar, então e aqueles que a graçola que o meu animal de estimação faz me deixa partida a rir, e quando me ponho a discutir com a minha consciência, e quando me ponho a dançar a música mais ridícula as 4 da manhã.
Verdade, a vida quase nunca nos leva para onde queremos, ou nos mostra um propósito definido, mas estamos aqui, e a fazer isto, eu agora estou a escrever, e faço-o com gosto, porque estes segundos não se repetirão, que nós saibamos só temos esta vida para aproveitar e o contra relógio já à muito que está a contar.
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